quinta-feira, 17 de setembro de 2009


Felicidade!


A cada dia que passa, é com satisfação que muito orgulho que enveredei nesta caminhada...Ansiosa por cada dia de voluntariado, dou por mim a questionar-me porque não comecei mais cedo... Olho para aquelas crianças que aos poucos e poucos se vão dando, entregando e procurando minha atenção.Sinto-me leve, calma e acima de td muito feliz...lá ao fundo espreita uma cabecinha rapada, outrora loira e farta...o cansaço estampado no rosto, o olhar vidrado, uma face pálida, envergonhada e revoltada...Ao lado, uma mãe suspira mas com um grande sorriso diz que tudo está bem...o seu olho azul transmite muito amor, muita dedicação...Entrei no quarto e fui recebida pelo olhar daquele menino lindo, inrriquieto, brincalhão, sem ter noção da já tão grande prova de vida que tem... O abraço, o riso, são momentos de muita alegria, justifica cada segundo do meu tempo...o toque no braço de gratidão de uma mãe, o olhar terno de outra...é inesplicavél...Quero isto, amo esta minha escolha...obrigada força superior por me mostrares que sou capaz e merecedora desta prova...que sou capaz de dar passos pequenos mas intensos nesta caminhada...Sou feliz...

Um sorriso


O paradigma do cansaço e da necessidade de um sorriso é o que estranhamente me move nesta gratificante vivênvia.
Um feriado "iupi" vou descansar, e o meu merecido descanso começa com mais uma manhã junto dos "meus" meninos, lá vou eu, mais cedo quase uma hora, enganei-me no horário hehe, mas nem isso me preocupou nem por um segundo, estava feliz, de rosto iluminado, de olhar brilhante. Abriu-se a porta e atrás desta um encantador sorriso de cara cheia, a minha colega voluntária daquele dia, uma energia feroz, uma garra apaixonante, assim era ela, mais um belo coração a se juntar aos que nesta ainda curta caminhada me foram sendo apresentados.
Que manhã deliciosa, tanto riso, tanta brincadeira, tanto desafio de aprendizagem junto das cabecinhas desnudas...que maravilha, que doçura, que alegria, o meu coração transborda orgulhosamente por cada menino que sem saber já são heróis da sua própria luta...
Apita uma máquina, e outra, lá vão eles de corrida para junto das enfermeiras, deixando um "Volto já" rasgado de traquinice como que a desafiar a sorte para a continuação do jogo, da pintura, daquele jogo predilecto...
Aguardo por cada um deles, olho de soslaio e ri-o para dentro ao ver aquelas pernas pequenas mas velozes se movimentando...são os meus anjos com asas de seda cobertas com ternuna, humildade, inocência e acima de tudo muita sinceridade...
Obrigada pequenos grandes seres pelo que acrescentam à minha pessoa!

Palhaço


Era uma vez um palhaço que vivia no seu mundo de papel, queria ser uma eterna criança, espalhar alegria, arrancar sorrisos, estender a mão a quem delas precisa e por vezes tem medo de as agarrar, queria saltar de canto em canto numa explosão de cores contagiando tudo o que se movesse, tudo o que falasse, tudo o que chorasse e tudo o que sofresse...Quem é que nunca já se sentiu um destes palhaços???? Por vezes sangrando por dentro, nosso peito brotando lágrima de dor, de impotência, de incompreensão, de raiva e de muita revolta!!! Mas algo nos move, algo nos arranca da cama e nos faz olhar o espelho como se um belo dia de sol se tratasse mesmo quando a chuva pica e repica na janela molhada e já gasta...Eu sou orgulhosamente um palhaço feliz...Uma brava caminhante nesta sina que se chama Vida, neste mar que nos tenta afundar, neste deserto que nos quer secar, mas o sangue brota latejante encorajando para mais um dia, mais uma história, mais uma derrota e para sempre acreditando em eternas vitórias.Obrigada meus anjos!

Sorrisos e alegria


Acordei sorridente e apressada para chegar ao meu nosso "serviço", cheia de energia para mais uma manhã de sonho...

Começou com grande azáfama, as crianças lá iam aparecendo, uns com sorriso rebelde distantes da doença que os assola, outros envergonhados, outros eléctricos com vontade de virar de pernas para o ar todo o recheio da "casinha" dos brinquedos.

Caras novas, sorrisos estridentes, um abraço gostoso de uma criança feliz, o olhar de agradecimento de uma mãe, o rosto de preocupação de uma outra...aproximo-me sorri-o, afago o cabelo macio de um menino que sorri mas logo de seguida me ignora brincando com o seu gameboy, outro que me puxa a perna para o ajudar a pintar, uma cabecinha redonda desnuda mas brilhante me pergunta se gosto do brinquedo dela...

Há lágrimas, gritos, sorrisos e acochegos de ternura, são momentos intensos, emocionantes, mas um sorriso está lá para os fazer desviar deste má aura.






Chegado o 1º isolamento a solo, as pernas tremiam, o coração batia fortemente, o receio de rejeição por parte do "pimpolho" assustava-me...

De fato verde, bata azul, touca e máscara pensei na imagem forte, assustadora...após passar as 2 portas que nos separavam, senti-me como em casa, esqueci-me do que tinha vestido, perante aquele corpo de 2 anos, lindo, catito, olhar vivo, sorri e senti paz em meu peito...

Ao principio as palavras tem dificuldade em sair, sento-me, ele de carinha pousada no seu DVD portátil olha-me de soslaio, não me dá conversa, encosto-me na cadeira e aprecio o filme...parece um crocodilo falante, faço que me assusto, ele toca-me no meu braço e diz: "é verde, o crocodilo é verde... e sorriu..."

Emocionei-me, já estava a conquistá-lo...

Vimos filmes, brincamos com carrinhos, fizemos jogos...ele pulou e abraçou meu pescoço, por segundos fechei meus olhos e senti uma imensa felicidade, inesplicavél...

Passara 1h, tão rapidamente que dei por mim triste por já ter de ir embora.

O pimpolho não queria que eu partisse, dizia: "...fica menina fica..., não vai embora..." eu e a mãe rimos, ela agradeceu com o seu olhar...

O seu filho estava exausto da brincadeira, mas feliz... recebi um doce beijo do pimpolho e um abraço do tamanho do mundo...

Despi a roupa, vesti a bata, soltei o cabelo e no espelho meu rosto estava iluminado, feliz, sorridente, sentia que meu lugar era ali...queria ficar...

Foi um dia muito gratificante, cheio de alegria, saudade e vontade que o próximo chegue depressa...

Sou Feliz e ainda a procissão vai no adro...

Ser Voluntaria


Este blog é um mero diário de um novo desafio na minha vida que abracei com o coração.O desejo de ser Voluntário sempre esteve no meu ser desde muito cedo, ajudar, despertar um sorriso num rosto assolado pela tristeza, pela dor, pela mágoa, pela incompreensão e até pela indiferença dos outros.Porque não levantar os olhar e ver com olhos de ver o que nos rodeia, quem se cruza no mesmo passeio que nós e por vezes nem notamos???Porque somos egoístas ao ponto de pensar que só acontece aos outros?E porque não dar de mim aquele tempo que até me sobra e que podia fazer mil e uma coisas em prol do meu único prazer?? Ou então conciliar o meu horário de trabalho e familiar, e pegar nesse tempo livre, levá-lo ao colo com todo o carinho e ternura e entregá-lo a quem mais precisa???Mais perguntas me ocorrem, mas apenas uma resposta me dá força para seguir em frente: Ganhar sorrisos!

Sorrisos...

A noite anterior foi de inquietação, o medo de falhar apoderasse de mim...mas, estava determinada, meu coração me dizia para ir em frente, para não temer e confiar no meu instinto. Acordei cedo, nervosa, ansiosa, mas ao olhar-me ao espelho vi um sorriso, um brilho no olhar, pressa de sair e dar inicio ao que me movia, a paixão de viver... Entrei, a bata branca a tapar meu corpo deixou-me confiante, tranquila, os sorrisos abertos de bom dia com que colegas Voluntários me receberam deram-me força, confiança... Ao contrário do que ansiei, o facto de ver uma criança de cabeça desnuda não me fez qualquer impressão, esbocei um sorriso e senti meu coração espalhar-se por todos meus membros, era um só, meu corpo era meu coração. O tempo passou a voar, os corpos pequenos mas esvoaçantes daquelas crianças deram-me energia, coragem, força...senti-me em casa. As restantes Voluntárias foram anfitriâs impecavéis, a meiguice e ternura com que se dedicam a estas crianças e pais é sem dúvida uma aula viva, uma lição de aprendizagem inexplicavél. Com elas estamos à vontade, seguras, apoiadas, sem medo de falhar, porque como os anjos elas estão lá para nos erguer. Este primeiro dia foi para mim a experiência mais gratificante, enrriquecedora e determinante para continuar e nunca desistir. Em cada canto há um pai, uma mãe, uma avó, um familiar com a dor no olhar, mas também espalhado por toda a sala paira um amor incondicional da parte dos enfermeiros, médicos, voluntários, auxiliares... Terminei meu dia com um sorriso nos lábios e o coração feliz com a certeza que amanhã será um dia melhor ou pior, mas lá estarei presente com o melhor de mim... Ser voluntário é ter a capacidade de agarrar as mãos que se nos estendem para ajudar e acolher as que precisam de ajuda...

SER VOLUNTÁRIO!



Ser Voluntária
Este blog é um mero diário de uma viagem onde cada criança é única e me preenche com o seu sorriso! Ser voluntário é ter a capacidade de agarrar as mãos que se nos estendem para ajudar e acolher as que precisam de ajuda...